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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Jardim Botânico

Hoje pela manhã no JB-RJ. Tamanho A4
Esta foi feita em tamanho cartão postal

Manhã de sábado no Jardim Botânico. Muitas grávidas de barriga de fora sendo fotografadas com seus cúmplices. Debutantes de pernas finas equilibrando-se em  altíssimas sandálias plataforma contracenavam com saracuras de pernas igualmente. Tucanos fazendo algazarra, tiribas e maritacas fazendo mais algazarra. E crianças. Gringos de todas as latitudes, turistas brasileiros, turistas niteroienses, tudo e todos em caótica harmonia. Os desafios de sempre das aquarelas no JB: simplificar a profusão de planos, de verdes, de luzes. 


A de baixo saiu primeiro, em meia hora. A de cima levou pouco mais de uma hora. Usei aquarela em pastilha e um único pincel médio, priorizando a agilidade guerrilheira na pintura au plain air. As sombras da de cima talvez estejam exageradas no azul, mas o resultado me pareceu mais interessante, embora menos natural. Pintar, afinal, não é imitar a realidade. Torço o nariz quando um observador diz; "Está ficando igualzinho!" Pintura, assim como qualquer arte visual (até mesmo a fotografia) há de ser a interpretação da realidade pelo artista. Então, não sei se era assim, mas foi assim que eu senti a paisagem. E o dia está ganho.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crônicas Brasilienses IV: A Corrida

"Uhuuu, vem cá, meu bem..."

A morte é inescapável. Viver não só é perigoso, como fatal, já disseram. Tudo bem, a senhora magra que veste preto vai acabar nos conquistando um dia. Ela não cansa de tentar nos envolver o quanto antes em seus braços esquálidos e nos beijar a boca com seu hálito de terra. De minha parte, vou escapulindo enquanto posso. Já a vi de perto umas três ou quatro vezes, ela valendo-se de enxame de abelha africana, tiroteio na Praça XV e ressaca em Itacoatiara para tentar me conquistar precocemente. Como um gato, vou gastando minhas sete vidas e desconversando a dona.

Algumas pessoas, porém, parecem dizer “vem que eu sou facinho”, e flertam abertamente com a morte. Como bem observou Leandro Hassum, basta verificar que algo tem tudo para dar errado que surge logo um corajoso disposto a contrariar as leis da física. Lembrei-me agora do infeliz padre que se ergueu pelos ares no litoral do Paraná pendurado em mil bexigas de borracha, daquelas de festa infantil, planejando aterrissar vinte horas depois em Mato Grosso do Sul. Esqueceu-se de combinar a rota com o vento, que cismou de soprá-lo em direção contrária, mar adentro ou afora. O padre (ou o que restou dele) só foi encontrado meses depois por um rebocador no litoral de Maricá. 

Por falta de tempo para me dedicar à tarefa de pesquisa, deixo aqui uma ideia que pode render uma boa grana a alguém metódico: compilar exemplos como este e publicá-los em livro, “Duzentas Maneiras Idiotas de Morrer”, já deixo até o título pronto.

Também eu, que tenho a firme intenção de morrer de velho, já quase morri de maneira idiota. 

Saindo de um compromisso num hospital na cidade satélite de Taguatinga com destino ao Ministério da Saúde em Brasília, peguei o primeiro táxi que se apresentou, um Kadett branco, lembro-me bem. Hora do almoço, dia claro, pegamos a autoestrada que liga Taguatinga à capital federal, uns vinte quilômetros a serem percorridos em pista dupla, a oitenta, cem por hora. Do banco de trás, como  faço habitualmente, puxei assunto:

“Bacana o som do seu carro”.

Engatamos falação sobre autofalantes, rock’n roll, entradas USB e coisas afins. Num suspiro da conversa, o motorista, rapaz de uns trinta anos, atravessou a pergunta:

“O Senhor é médico?” Apesar de ter-me visto saindo de um hospital, eu vestia terno e gravata; fiquei imaginando como ele teria adivinhado. Confirmei seu palpite.

“O Senhor me desculpe, mas eu venho tendo uns desmaios de uns tempos para cá, o Senhor tem ideia do que possa ser?”

Fez-se uma pausa. O velocímetro marcava cem por hora. Houvesse outro passageiro no táxi  eu teria lhe dirigido um olhar arregalado. Conduzi uma anamnese rápida e sugeri-lhe procurar um neurologista com urgência, na sua profissão pode ser perigoso. Depois procurei me distrair do sobressalto com a paisagem sem graça que desfilava rápida pela janela.

Chegando ao Plano Piloto, ele reduziu a velocidade enquanto descíamos pela passagem subterrânea da rodoviária. Um sinal fechado com vários carros parados à frente era o último obstáculo entre nós e a Esplanada dos Ministérios. Já tínhamos diminuído bastante quando senti o motorista aliviar a pressão no pedal do freio. Ainda imaginei que ele pretendesse trocar para a pista à nossa direita, que tinha menos carros, mas não. A traseira do carro adiante foi crescendo, crescendo, até que a atingimos violentamente. Pelo retrovisor interno, olhei nos olhos arregalados do motorista.

“O que aconteceu, rapaz?”

“Não sei...”

O motorista do carro da frente desceu, examinou a traseira destruída, as lanternas quebradas e caminhou em nossa direção com aquela cara misto de raiva e incredulidade. Chegou bem a tempo de presenciar o início dos espasmos e da salivação. Bem à minha frente, o corpo do coitado esticava-se em arrancos de cachorro atropelado, diria Nelson Rodrigues, levantando-se como uma taboa rígida do assento. Ao dar-se conta de que não teria como ressarcir-se do prejuízo, pelo menos naquelas circunstâncias, o outro motorista deu um suspiro e foi-se embora, largando pelo asfalto pedaços do que fora seu belo veículo. Desci para socorrer o epilético com a ajuda do motorista de um Ômega placa branca que havia parado ao nosso lado e assistira tudo. Puxamos o meu motorista já aquietado para o banco do carona. Depois sentei-me ao volante e tentei ligar o motor, que respondeu. Depois de agradecer a ajuda, dirigi até a emergência do Hospital de Base de Brasília, onde meu desacordado condutor, agora passageiro, foi colocado em uma maca e levado para a sala de atendimento. Estacionei o Kadett, puxei do rádio da cooperativa e comuniquei o acontecido à Central, dando o nome que constava no crachá afixado no pára-sol e pedindo que avisassem a família. Depois fui ao posto policial do hospital, onde fiz registro do ocorrido e pedi  que cuidassem das chaves e do veículo. Tomadas essas providências, retornei à sala de emergência. Reencontrei-o bem na hora em que recobrava os sentidos.

“Tudo bem? Sabe onde você está? Lembra-se do que aconteceu? Lembra-se de mim?”

Olhar apalermado, ele não se lembrava de nada.

“Fui eu quem lhe trouxe de táxi até aqui. Vim cobrar a corrida.”

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Crônicas Brasílienses III: Eles Querem é Poder


Falar de Brasília é falar do Poder, que, por se tratar do deus de muitos, vou grafar aqui com maiúscula. Taí uma coisa que nunca fez minha cabeça. Não é difícil para mim entender a busca pelo Poder como meio de obter vantagens financeiras ou mesmo sexuais. Há quem diga, inclusive, que o homem só corre atrás de vantagens financeiras pensando nas vantagens sexuais que elas podem render. Por outro lado, uma vez que os homens não sentem maior atração sexual por mulheres poderosas, muito pelo contrário (afinal, quem teria o falo?), desconheço as razões pelas quais algumas delas lutam pelo Poder. Talvez para despertar inveja em outras mulheres, coisa que, desconfio, dá a muitas mais prazer do que atrair o sexo oposto.

Lembro-me de ter lido na adolescência, num gibi do Super-Homem, a história de um ladrão que declarava  ser o mais bem sucedido e mais inteligente de todos os coleguinhas de profissão. Ninguém acreditava nele. Suas geniais habilidades criminosas não eram do conhecimento de ninguém: seus golpes eram tão perfeitos que não eram nem percebidos e, quando eram, ninguém era capaz de descobrir o culpado.  Não era perseguido pela polícia, não tinha mandado de prisão, seu nome nunca aparecia nas páginas dos jornais. Então ele tirava vantagem do anonimato e gastava feliz os seus “ganhos”, pensou você? Claro que não! Passou deliberadamente a deixar pistas para se tornar conhecido, temido e odiado, mas, finalmente, comentado.

Quando trabalhei em Brasília, à medida que o Departamento de Saúde Suplementar começou a regulamentar os planos de saúde, afetando a vida de mais de 40 milhões de brasileiros, os telejornais, as rádios e a imprensa escrita começaram a assediar o então ministro da saúde José Serra, o diretor do departamento e, na ausência deles, qualquer membro comissionado do órgão. A agenda de compromissos públicos, palestras em congressos, declarações em rádios e até em programas de TV era cada vez maior, e alguns de nós acabamos sendo designados para representar nossos superiores em algumas oportunidades. Dar declarações, esclarecimentos para a imprensa e aparecer na televisão passou a ser corriqueiro. Os famosos quinze minutos de fama.

Donos e diretores dos planos de saúde passaram a circular diariamente por nosso único corredor e por nossas poucas salas no ministério. Eles e seus assessores buscavam, percebi aos poucos, vínculos de camaradagem e amizade com qualquer um que sentasse atrás de uma mesa naquele andar. Ofereciam inicialmente pequenos agrados: uma bandeirinha de mesa do time de coração do incauto, um pacote de castanhas de caju, uma garrafa de licor de pequi, qualquer lembrancinha típica de seu estado. Coisinhas miúdas, aparentemente inocentes sinais de amizade. Mas sabiam sentir quando alguém mordia a isca, geralmente depois de picado pela mosca azul. Não exploravam necessariamente a má fé, mas a simples e humana vaidade de se sentir bajulado e poderoso, mesmo que em função de um poderzinho de bosta. Numa troca não explícita, desejavam informações e facilidades. Um funcionário comissionado, pessoa honesta e bem intencionada, numa viagem oficial representando o diretor para uma palestra em outro estado, aceitou que um plano de saúde gentilmente custeasse a passagem e a estadia de sua esposa. Um misto de vaidade e ingenuidade que lhe custou o cargo.

Outras lições que aprendi por lá foram as de fidelidade e hierarquia. Eu fora incumbido de ser o interlocutor dos consumidores de planos de saúde e receptor de suas queixas, que compilava e encaminhava para o nosso diretor. Passei a tentar convencê-lo de que alguns argumentos dos consumidores contra as novas regras eram pertinentes. Eventualmente, algumas dessas queixas foram entendidas como justas e as regras foram alteradas. Nesse ínterim, porém, por mais de uma vez defendi para o público externo a posição oficial do departamento, da qual discordava internamente. Mas só internamente.

A busca do Poder pelo Poder realmente é incompreensível para mim. Há até os que perdem dinheiro em troca de tornar-se poderoso, seja como presidente, diretor, síndico ou suplente de conselho fiscal de clube de biriba. Um amigo fez questão de “candidatar-se”, mediante pagamento de determinada quantia, a membro de uma obscura academia brasileira de medicina ou algo que o valha. Uma instituição de semi-múmias de fardão, sem nenhum peso científico ou político. Acabou “eleito”. “Comprei um título de conde”, confidenciou-me. 

Gostar de ser bajulado em função do cargo ou título é como acreditar em juras de paixão eterna saídas da boca de um amor de aluguel. É iludir-se de que os rapapés e elogios são dirigidos à pessoa e não ao cargo. Tire-se o cargo, deixe-se a pessoa, sobra o quê? Como dizia uma velha tia: “O homem subiu, todo mundo viu; o homem caiu, pqp”.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ranchinho

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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Crônicas Brasilienses II: Uma Força Estranha no Ar

O Vale do Amanhecer fica próximo de Brasília.

Não sei se por conta da profecia do padroeiro Dom Bosco, que ainda no século 19 sonhou com uma civilização de bem e abundância que brotaria dali a 120 anos onde hoje está Brasília; não sei se é consequência dos cristais, que são abundantes no Planalto Central. O fato é que Brasília parece atrair, se não fatos inexplicáveis, pelo menos pessoas em busca de explicações para o inexplicável.

Minha passagem profissional por Brasília se deu em um momento de mudanças em minha vida. Recém-separado, morava sozinho em Niterói, ou melhor, com a única companhia de meu pastor alemão, Argos. A casa ficava de segunda a quinta aos cuidados de minha empregada Andreci, supervisão de minha mãe e vigilância de Argos.

Numa sexta feira, no Rio, eu folheava aleatoriamente alguns volumes na Livraria da Travessa, a original do centro, em busca de novas leituras. Acabei lendo um trecho de um livro do Amyr Klink  recém lançado sobre sua viagem solitária de circunavegação do continente Antártico. O trecho que li relatava o incêndio em seu veleiro causado por um aquecedor defeituoso, por sorte acontecido quando ele estava na base brasileira na Antártica, o barco ancorado em frente. Com a imediata atuação da guarnição da base, o incêndio foi rapidamente controlado e os danos pequenos. Se as coisas acontecessem durante um cochilo em alto mar, talvez o barco sofresse danos bem mais sérios e o Amyr não pudesse ter contado a história.

Comprei o livro e, retornando a Brasília, falei dele para meus colegas de Ministério da Saúde. Iracema, uma simpática nordestina de meia idade, funcionária de carreira do Ministério, que chamava carinhosamente os colegas de “meu bichinho”, ouviu-me com atenção e disse que soube em primeira mão da história, pois seu marido, capitão de mar e guerra, era o comandante da base na ocasião. E que, por acaso, ele acabara de retornar da Antártica depois de uma missão de seis meses. “Nossa, que coincidência”, eu falei. Falei também que essas coincidências eram assunto que me interessava muito na época. Talvez pela minha situação de então, eu estivesse mais atento a eventuais sinais, a alguma sincronicidade que me indicasse que rumo minha vida tomaria a partir daquela desarrumação momentânea. Pois Iracema me disse:

“Meu bichinho, meu marido sempre leva muitos livros para ler na Antártica, e, entre os que ele trouxe de volta, tem um que é justamente sobre essa tal de sincronicidade.”

Ora que coisa. Vendo meu interesse, ela ficou de me trazer o livro emprestado.

Mal eu havia chegado ao Ministério na manhã seguinte, recebi uma ligação de Niterói. Minha mãe me dava conta de que, por causa de uma falha na bóia da caixa d’água, a empregada havia encontrado a casa inundada naquela manhã. Por sorte, muito por conta da separação recente, minha “decoração” na época era espartana, para dizer o mínimo, e os prejuízos foram insignificantes. Dadas as orientações e refeito do susto, fiquei esperando a chegada de Iracema e do livro. Mas Iracema não apareceu naquele dia. Só depois da hora do almoço fomos comunicados do motivo: um cano havia rompido em seu apartamento, molhando os tapetes e inundando tudo. 

Sincronicidades.

                                                              xxxxxxxx

Dr. Ilídio passou a integrar nossa equipe no Departamento de Saúde Suplementar do Ministério vindo de uma grande operadora de planos de saúde, de onde acabara de sair por força de aposentadoria. Beirando os setenta, era inteligente, de pensamento ágil e de extrema simpatia. Com sua figura elegante, sempre levemente bronzeada e com seu bigode grisalho muito bem aparado, conquistou a amizade de todos em pouco tempo. Era muito galante com o sexo oposto e não perdia oportunidade para dirigir-se a toda mulher mais ou menos interessante pelo predicado de “poderosa, energética e vitaminada”, galanteio que ele despejava com tal habilidade que sempre arrancava sorrisos de moças e balzaquianas. O toque de seu celular era um trecho de uma peça de Bach, e o anúncio de sua caixa postal começava com “Que bom que você ligou; que pena, agora não posso atender...”. Ficamos amigos. Soube do próprio que mantinha um consultório muito concorrido, onde políticos influentes e outras personalidades brasilienses buscavam tratamentos de rejuvenescimento. Não sei se a expressão anti-aging já existia na época, mas ele certamente foi um precursor.

No aniversário de seus 70 anos, Dr. Ilídio convidou diversos colegas do Ministério para uma festa ambientada na varanda e nos jardins bem cuidados de sua elegante casa no Lago Sul. A certa altura, convidou a mim e mais um ou dois colegas mais chegados para conhecer o interior da casa. Guiou-nos escada acima até seu quarto, um ambiente amplo onde uma estante abrigava diversos livros religiosos e exotéricos. Ali, ele expunha-nos sua intimidade. Levou-nos a uma ampla varanda. Sobre uma estrutura de madeira, repousava uma grande caixa. Pela abertura voltada para diante, podia-se ver que o interior era forrado com uma folha de metal.

“Aqui, nesta, caixa, eu pratico meditação todas as manhãs”.

“Mas por que na caixa?”, perguntamos.

“As camadas de metal potencializam a energia e auxiliam no alcance de níveis mais elevados de concentração. Agora à noite, se vocês olharem com atenção, poderão ver a energia na forma de pequenas fagulhas azuis ou violeta.” E nos convidou para olhar o interior escuro da caixa. Tentei me despir de todo o ceticismo e olhei demoradamente dentro da caixa.

“Viu?”

“Acho que vi alguma coisa, sim,” menti.

Um dia, Dr. Ilídio me pegou pelo braço e, reservadamente, disse que tinha uma revelação crucial a fazer: em duas semanas, uma nave extraterrestre estaria aterrissando em algum lugar da Chapada dos Veadeiros para resgatar uns poucos terráqueos escolhidos, pois uma hecatombe era iminente. Eu e meu cão Argos estávamos formalmente convidados a integrar o grupo dos escolhidos para dar seguimento à saga da humanidade em algum outro ponto da galáxia. Li em seus olhos que fazia o convite com a maior seriedade. Fiquei legitimamente honrado com tamanha consideração. Porém, declinei do convite, não lembro que desculpa dei. Ele, preocupado, insistiu nos dias seguintes para que mudasse de ideia.

Ao retornar a Brasília depois do fim de semana que a profecia anunciara como sendo o derradeiro, senti-me um pouco constrangido em encarar Dr. Ilídio.

“E então, o que (não) houve?” perguntei meio sem jeito. Acho que ele se referiu a um ligeiro engano nos cálculos, e não se falou mais disso.

Depois que deixei aquele cargo no Ministério, tive alguns poucos contatos telefônicos com Dr. Ilídio. Esta semana um amigo comum, que manteve contato mais estreito com ele desde então, comunicou-me de sua partida para algum plano mais elevado, onde ele já deve estar conquistando a simpatia de todos.

Boa viagem, Dr. Ilídio.