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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pequena crônica de despedida

Em minha caminhada matinal de reconhecimento, identifico no flanco sul da cidade os primeiros sinais das tropas de libertação. Em seu uniforme cinza, avançam furtivamente pela entrada da Guanabara, sitiando e subjugando as tropas vermelhas que por dois meses ocuparam a cidade. Volto para casa e visto-me adequadamente para saudar da calçada, agitando alegremente meu guarda chuva, os libertadores quando eles desfilarem por sob o arco triunfal do sambódromo. Em breve o trovejar da artilharia se fará ouvir e o povo será lavado da poeira e dos incêndios.


Os colaboracionistas, asmáticos, vendedores de picolé e de ar condicionado  choram e rangem os dentes. Compreendo e quase lamento por eles. Mas ciclos são ciclos, e é da natureza dos ciclos que eles se sucedam. Que venham as águas fechar o verão.

2 comentários:

  1. Gostei!
    Vigio o céu, como um astrônomo ansioso por novas descobertas, por ver, nem que seja pequenina esperança de "novos tempos".
    Rosário

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  2. Essas águas estão demorando, paciência elas são de março fechando o verão como diz a canção!

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